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Você já reparou como certos personagens em histórias, filmes e até na vida real parecem seguir padrões universais? Isso acontece porque eles representam arquétipos, conceitos da psicologia que refletem padrões de comportamento e papéis sociais profundamente enraizados no inconsciente coletivo.

O psiquiatra suíço Carl G. Jung, fundador da psicologia analítica, foi quem desenvolveu essa ideia, afirmando que os arquétipos são uma herança psicológica, moldada pelas experiências acumuladas ao longo de gerações. Eles aparecem em mitos, lendas, literatura, sonhos e até na publicidade!

O que são Arquétipos?

Arquétipo é um conceito da psicologia utilizado para representar padrões de comportamento associados a um personagem ou papel social.

Esse conceito surge inicialmente com Platão. Ele defendia que tudo o que existe no universo é precedido de “ideias primeiras”. Para ele antes da forma material das coisas haviam as formas perfeitas, ideias puras e, a partir delas, nós construímos os objetos.

O dicionário, define arquétipo como:

Tipo primitivo ou ideal;                                                                                                            Protótipos;                                                                                                                                          Modelo.

Sua etimologia vem do Grego: arkhétypon.

Em uma visão metafísica, arquétipos são as energias primordiais do universo, que servem de fonte para a criação e também função de tudo o que existe.

Segundo Hélio Couto, no seu livro Marketing e Arquétipos:

“Antes que qualquer coisa possa aparecer no nosso universo, ela deverá ter um projeto arquetípico.

Os arquétipos são o projeto do nosso universo antes que este exista.

São energias vivas, conscientes, que se expressam no nosso mundo.

Os arquétipos podem ser formas, sons, gestos, símbolos, comportamentos, atitudes, situações, odores, toques, personalidades, entre outros.

São símbolos que determinam o que sentimos quando os vemos, ouvimos ou percebemos, não importa se de forma consciente ou inconsciente.” Existem diferentes arquétipos que influenciam praticamente na mesma emoção.

A mãe, o sábio e o herói são exemplos de arquétipos. Esses “personagens” têm características que são percebidas de maneira semelhante por todos os seres humanos.

Jung dizia que os arquétipos são uma herança psicológica, ou seja, são o resultado das experiências de milhares de gerações de seres humanos no enfrentamento das situações cotidianas.

As imagens dos arquétipos são encontradas em mitos, lendas, na literatura, nos filmes e também aparecem nos nossos sonhos.

Os arquétipos também são utilizados na publicidade. Quando um animal é utilizado em uma marca, espera-se que os clientes associem a marca às características daquele animal.

Arquétipos e Seus Significados

Um indivíduo pode manifestar diversos arquétipos em sua personalidade, mas geralmente um deles é predominante. Os psicólogos costumam usar esses arquétipos para estudar as personalidades e desenvolver as potencialidades dos indivíduos.

Os arquétipos são figuras e símbolos do inconsciente coletivo que influenciam nossas emoções, pensamentos e comportamentos. São modelos universais hereditários que sobreviveram com o passar do tempo e hoje estão em nosso subconsciente, exercendo sugestão para nós. Existem arquétipos que transcendem a cultura e a época.

Esses são os símbolos universais para a mente humana, aos quais qualquer pessoa, quando acessa, recebe a mesma informação e influência. Alguns símbolos comuns e seus significados:

 Trevo de 4 folhas : Atrai riqueza, boa sorte e abundância; esperança em bons tempos.

Águia : Promove a autoconfiança necessária para liderar e crescer infinitamente. Representa sabedoria, visão e coragem.

Coração ️: Representa amor, compaixão e saúde emocional. É um dos símbolos mais universais, associado ao afeto e à conexão entre pessoas.

Pomba ️: Símbolo da paz, esperança e espiritualidade. Em muitas religiões, a pomba representa a presença divina e a harmonia.

Coruja : Associada à sabedoria, inteligência e mistério. Em diversas culturas, a coruja é vista como um guia espiritual e um símbolo de conhecimento oculto.

Árvore : Representa crescimento, estabilidade e conexão com a natureza. Muitas tradições veem a árvore como um símbolo da vida e da renovação.

Dragão : Símbolo de poder, força e proteção. Em culturas orientais, o dragão é visto como um guardião e uma criatura de boa sorte.

Borboleta : Representa transformação, renascimento e beleza. É um símbolo de mudança e evolução pessoal.

Triângulo : Pode simbolizar equilíbrio, trindade e ascensão espiritual. Em algumas tradições, representa corpo, mente e espírito.

Flor de Lótus : Símbolo de pureza, iluminação e renascimento espiritual. No budismo, representa a jornada para a iluminação.

A caveira : representa a morte, que é natural – não é boa nem ruim, é apenas um fato.

Olho grego : representa um símbolo tradicional associado à proteção, percepção e conhecimento superior. Muitas culturas acreditam que ele representa a vigilância divina.

Os 12 Arquétipos de Jung

Jung identificou diversos arquétipos, mas ao longo do tempo, estudiosos estabeleceram uma classificação com 12 principais arquétipos. Cada um deles simboliza motivações básicas do ser humano e pode ser predominante na personalidade de um indivíduo. Veja quais são:

1. Sábio: Busca conhecimento e sabedoria para compreender o mundo, pratica a autorreflexão. Ele analisa as situações e age com sabedoria e inteligência.

2. Mago: Acredita na transformação e no poder de mudar a realidade, age no sentido de renovar as relações.

3. Explorador: Ama a liberdade, novas experiências e desafios. O explorador gosta de liberdade para agir e descobrir o mundo, ele busca por experiências novas e foge das situações rotineiras.

4. Criador: Representa a pessoa criativa, que dá vida à imaginação, criando coisas inovadoras.

5. Herói: Corajoso e destemido, luta por justiça e proteção. Este arquétipo é muito visto em filmes e lendas, o herói é o guerreiro e destemido. Luta para proteger os seus e não teme os perigos.

6. Rebelde: Quebra regras, desafia padrões e promove mudanças. Representa aqueles que pensam de maneiras diferentes, que fogem dos padrões.

7. Amante: Valorização das relações, sensibilidade e paixão, ele é sensível e se sente feliz ao amar e ser amado.

8. Tolo: É alegre e gosta de se divertir, de aproveitar a vida e fazer piadas. Também conhecido como louco, o tolo é autêntico e não tem vergonha de rir de si mesmo. Autêntico e divertido, vê a vida com leveza.

9. Cuidador: Protege e se dedica ao bem-estar dos outros. Costumam ser muito prestativos e ajudar quem precisa

10. Homem comum: Segue normas sociais e busca pertencimento.

11. Inocente: Enxerga o lado positivo da vida, com espontaneidade, mas pode ser ingênuo em algumas situações.

12. Governante: Líder nato, busca controle e organização. Ele tem autoridade e sabe se impor, mas ele pode se tornar autoritário para fazer valer a sua vontade.

Arquétipos e o Autoconhecimento

Para Jung, compreender nossos arquétipos é essencial para o autoconhecimento. Além dos 12 arquétipos mencionados, ele explorou conceitos como:

Persona – O papel que desempenhamos na sociedade, quando estamos em público;

Sombra – Aspectos ocultos da nossa personalidade, características desconhecidas, podem ser defeitos ou qualidades;

Anima:  arquétipo dos aspectos femininos de um homem. Segundo Jung, todos os homens têm uma minoria de genes femininos e portanto, tem características psicológicas desse gênero;

Animus: arquétipo das características masculinas que se manifestam em uma mulher. Para Jung, as mulheres também têm uma minoria de genes masculinos que compõem sua personalidade.

Self – O caminho para a individuação e realização pessoal, diz respeito à busca pelo autoconhecimento, pela espiritualidade e pela compreensão do sentido da vida e da morte.

Os arquétipos influenciam não só nossa personalidade, mas também o modo como nos conectamos com os outros e como interpretamos a realidade ao nosso redor.

Como descobrir qual seu arquétipo? Você pode consultar um terapeuta holístico que aplique a abordagem Junguiana e juntos chegarão a uma conclusão sobre a sua personalidade.

Outro caminho é você estudar mais sobre os Arquétipos e avaliar com qual deles possui mais afinidade.

Com todo meu carinho, até a próxima leitura!

Referências:

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos: Mitos, Sonhos, Costumes, Formas, Figuras, Cores, Números. 16ª edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001.

COUTO, Hélio. Marketing e Arquétipos: Símbolos, Poder, Persuasão. São Paulo: Helio Couto, 2002.

JUNG, Carl Gustav. Os Arquétipos e o Inconsciente coletivo. Tradução de Maria Luíza Appy e Dora Mariana R. Ferreira da Silva. Petrópolis: Editora Vozes, 2000.

OLIVEIRA, Dayane. O que são arquétipos: lista, significados e como usar! (2022). Disponível em: https://guiadaalma.com.br/arquetipos/. Acesso em abril de 2025.